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Atualidades para vestibular 2010

1-Camada Pré-Sal
Pré-sal é o nome dado às reservas de hidrocarbonetos em rochas calcárias que se localizam abaixo de camadas de sal. É o óleo (petróleo) descoberto em camadas de 5 a 7 mil metros de profundidade abaixo do nível do mar. É uma camada de aproximadamente 800 quilômetros de extensão por 200 quilômetros de largura, que vai do litoral de Santa Catarina ao do Espírito Santo.
A discussão sobre a existência de uma reserva petrolífera na camada pré-sal ocorre desde a década de 1970, quando geólogos da Petrobras acreditavam nesse fato, porém, não possuíam tecnologia suficiente para a realização de pesquisas mais avançadas.
Para extrair o óleo e o gás da camada pré-sal, será necessário ultrapassar uma lâmina d’água de mais de 2.000m, uma camada de 1.000m de sedimentos e outra de aproximadamente 2.000m de sal. É um processo complexo e que demanda tempo e dinheiro.
O petróleo encontrado nesta área engloba três bacias sedimentares (Santos, Campos e Espírito Santo), a capacidade estimulada da reserva pode proporcionar ao Brasil a condição de exportador de petróleo. Confirmada a hipótese, o governo brasileiro analisará a possibilidade de solicitar a adesão do país à OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
Vários campos e poços de petróleo e gás natural já foram descobertos na camada pré-sal, entre eles estão o Tupi, Guará, Bem te vi, Carioca, Júpiter e Iara. Tupi é o principal campo de petróleo descoberto, tem uma reserva estimada pela Petrobras entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de petróleo, sendo considerado uma das maiores descobertas do mundo dos últimos sete anos.
De acordo com a atual Lei do Petróleo, as áreas de exploração serão leiloadas entre diversas empresas nacionais e estrangeiras. As que derem o maior lance poderão procurar óleo por tempo determinado.
Conforme Haroldo Borges Rodrigues Lima, diretor geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), as descobertas do pré-sal irão triplicar as reservas de petróleo e gás natural do Brasil, a estimativa é que a produção alcance a marca de 50 bilhões de barris.
Segundo a Petrobras, a produção teste será iniciada em 2009, no campo de Tupi. O início da produção em larga escala está previsto para 2013 ou 2014.
– As reservas do pré-sal representam uma riqueza imensa, cujo aproveitamento, se não for bem planejado,
poderá não beneficiar, significativamente a sociedade brasileira. Existem os tradicionais usurpadores dos bens da nossa sociedade, que estão sempre prontos para dar o bote, procurando se apoderar de algo da coletividade,

2-China: potência socialista do século XXI
A Revolução Chinesa, comandada pelo líder comunista Mao Tse-tung, levou à proclamação da República Popular da China, no dia 1o de outubro de 1969.
Causas
O atraso tecnológico, social e econômico da China deixou o país vulnerável a intervenções dos impérios colonialistas na segunda metade do século 19. A revolta contra a invasão estrangeira e o governo conservador levou à criação de dois partidos, o nacionalista e comunista. Na primeira metade do século 20, eles travaram duas guerras civis e se uniram contra o Japão. Ao final, o PCC (Partido Comunista Chinês) conquistou o poder.
Principais períodos
• Grande Salto Adiante (1958-1961): campanha fracassada para modernizar o país, terminou com mais de 20 milhões de chineses mortos pela fome.
• Revolução Cultural (1966-1967, 1972-1973 e 1975-1977): movimento ideológico que perseguiu e matou intelectuais e dissidentes políticos.
• Reformas (1978-1980): conjunto de reformas políticas e econômicas que abriram o país ao mercado internacional e iniciaram um período de acelerado crescimento econômico.
Consequências
A China sobreviveu à queda dos regimes comunistas no Leste Europeu, tornando-se uma das maiores potências do planeta. O país poderá se tornar, em 2010, a segunda maior economia mundial.

3-Brasil melhora mas desigualdade ainda persiste
A Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) é considerada a mais abrangente e detalhada pesquisa domiciliar realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no Brasil. Os dados estatísticos publicados em setembro de 2009, referentes a renda, trabalho e acesso a bens e serviços, foram coletados em setembro de 2008.
Os principais resultados positivos da Pnad são:
• Aumento do número de empregos formais e recuo do desemprego.
• Crescimento da renda média do trabalhador e dos domicílios.
• Índice de escolarização cresceu entre jovens.
Problemas que ainda precisam ser sanados:
• Distribuição de renda: a parcela 10% mais rica da população brasileira concentra 42,7% dos rendimentos do trabalho, enquanto os 10% mais pobres ficam com o 1,2% restante.
• Diferenças entre regiões do país: Centro-Oeste é a mais rica, Nordeste a mais pobre, proporcionalmente.
• A taxa de analfabetismo apenas se estabilizou: um em cada dez jovens de 18 anos ou mais não sabe ler nem escrever.
• Falta saneamento básico: um em cada quatro lares brasileiros não possui nenhum tipo de coleta de esgoto.
• Acesso a internet ainda é baixo: 5,3 acessos em cada 100 mil habitantes, contra uma média de 30 acessos em países europeus

4-Era Obama
Duas guerras e a pior crise econômica desde os anos 30 pesam nos ombros do 44º presidente dos Estados Unidos, Barack Hussein Obama, 47, o primeiro negro a ocupar o cargo na maior potência econômica e militar do planeta. Além de lidar com questões urgentes, caberá ao novo presidente "reinventar" o país em sua liderança e prestígio, abalados por oito anos de administração Bush.
Obama assumiu a presidência no último dia 20 de janeiro reconhecendo as dificuldades que terá pela frente e pedindo calma diante de tantas expectativas criadas durante a campanha.
"Hoje digo a vocês que os desafios que enfrentamos são reais. Eles são sérios e muitos. Eles não serão enfrentados de maneira fácil ou em um curto período de tempo", afirmou o presidente no discurso de posse.
O maior desafio interno para o governante, hoje, é uma economia em frangalhos, com retração do PIB (Produto Interno Bruto), congelamento do crédito, desemprego e queda do poder de consumo. A crise atual foi provocada pela ganância especulativa no mercado imobiliário e ameaça lançar o mundo em um período de recessão que deve durar, segundo analistas, até 2010.
Por isso, uma das primeiras tarefas do presidente será conseguir aprovação no Congresso para um megapacote de estimulo à economia com investimentos de US$ 825 bilhões. Entre os principais pontos da proposta está a geração de empregos com obras públicas, a redução de impostos e o resgate de instituições financeiras em dificuldades.
Não será a cura definitiva, mas um socorro imediato para manter o paciente vivo pelos próximos dois anos.
Recuperar a economia e a confiança no mercado será a prova de fogo do governo Obama, até porque, sem dinheiro, será difícil cumprir promessas de campanha.

5- O que é o G-20
O G-20, ou Grupo dos Vinte, foi criado em 1999 com o objetivo de propor soluções em conjunto para a economia mundial. O primeiro encontro com ministros das Finanças e presidentes dos Bancos Centrais dos países mais ricos do planeta foi realizado em Berlim, capital da Alemanha.
Antes, havia somente o G-7, grupo das sete nações mais desenvolvidas do planeta (que, após a entrada da Rússia em 1997, passou a ser chamado G-8), mas houve a necessidade de incluir os chamados países emergentes, como Brasil, China e Índia, cujos mercados em expansão interferiam na ordem econômica mundial.
Juntos, os países membros do G-20 representam 90% do PIB (Produto Interno Bruto) e 80% do comércio globais, bem como dois terços da população mundial.
O grupo é formado por integrantes de 19 países - África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia - mais a EU (União Europeia), representada pelo presidente do Conselho Europeu e pelo Banco Central Europeu.
Estrutura
Os encontros ocorrem uma vez por ano e o cargo da presidência é rotativo: este ano, acontece no Reino Unido, que preside o fórum; em 2010, será na Coreia do Sul. No ano passado, a cúpula se reuniu em São Paulo, entre os dias 8 e 9 de novembro.
Além da crise econômica, outros assuntos tratados pelos dirigentes abrangem desenvolvimento sustentável, aquecimento global e ações contra a lavagem de dinheiro, a corrupção e o financiamento do terrorismo.
Em 2008, dias depois da conferência no Brasil, os chefes de Estado se reuniram em Washington, capital dos Estados Unidos, em caráter extraordinário, onde pela primeira vez trataram da atual crise econômica. O encontro no Reino Unido dará continuidade às propostas discutidas na Casa Branca.
Pauta
A tarefa que o G-20 tem pela frente é pouco modesta: nada menos que reinventar o capitalismo. Para isso, precisam convencer os governos a manterem a política do livre mercado e evitarem o protecionismo (defesa do mercado interno contra a concorrência estrangeira, impedindo a entrada de produtos importados, por exemplo), comum em tempos de crise.
Os países membros do Grupo dos Vinte enfrentam graves problemas domésticos com a crise, principalmente Estados Unidos, Japão e Europa, com quedas sucessivas do PIB, falência de instituições financeiras e indústrias e desemprego em massa.
O Banco Mundial estima que este ano a economia global vai contrair 1,7% - ao invés de crescer 0,9%, conforme previsto anteriormente - e sofrer uma queda de 6,1% no volume do comércio mundial de bens e serviços.
No Brasil, o PIB registrou queda de 3,6 no quarto trimestre de 2008, a maior desde 1996. PIB é a soma das riquezas produzidas pelo país num determinado período e constitui um dos principais indicadores da economia.
Para reverter esse quadro, além de pacotes fiscais, discute-se a fiscalização do mercado financeiro para evitar novas recessões. Ou seja, a cúpula defende a manutenção do livre mercado, mas com a adoção de mecanismos que limitem a especulação.
Resistências
Chegar a acordos, entretanto, não é tão simples assim. Entre os obstáculos está o próprio Estados Unidos, maior economia do mundo e extremamente protecionista, que reluta em aceitar um controle externo de seu mercado.
Em oposição, o presidente da França, Nicolau Sarkozy, já avisou que vai se recusar a assinar a declaração final da cúpula e deixar o G20, caso não se aprovem medidas mais rigorosas de regulação do mercado.
Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que em diversas vezes responsabilizou as nações ricas pela crise, defende maior influência econômica para países emergentes, como o Brasil, o que significa diminuir a de outros estados.
Protestos
O noticiário econômico sobre o G-20 muitas vezes é superado pelas notícias de prisões e confrontos com manifestantes, durante protestos que fazem parte da tradição do fórum. Dada a importância da cúpula e a visibilidade que consegue junto à mídia internacional, é natural que também atraia ativistas políticos.
Os grupos de manifestantes são os mais variados, desde socialistas e anarquistas que defendem o fim do capitalismo até e ambientalistas, que pressionam por leis mais duras contra a emissão de poluentes nos países ricos. Há também entidades religiosas e pacifistas.
Para recebê-los, foi montado um forte esquema de segurança, visando proteger mais de 50 delegações que participam do evento na capital britânica.
Uma semana antes do encontro, cinco jovens que planejavam uma manifestação foram detidos com armas no Reino Unido e dezenas de milhares de pessoas participaram da marcha Put People First (Coloquem as Pessoas em Primeiro Lugar), movimento que luta pela igualdade social e a preservação do meio ambiente.
Um dia antes, ocorreram novas prisões e passeatas em diversos pontos do país, a maior organizada pelo G20 Meltdown (Derretimento do G20), um dos principais movimentos de oposição ao Grupo dos Vinte.

6-Coreia do Norte desafia o mundo com armas atômicas
Os recentes testes com lançamentos de mísseis nucleares pela Coreia do Norte fazem parte de uma perigosa estratégia que, no cenário pós-Guerra fria, transformou o uso de arsenais nucleares em instrumentos de chantagem internacional.
Um dos objetivos do governo de Pyongyang, capital norte-coreana, é forçar a abertura de um canal de negociação com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para por fim às sanções econômicas que pesam sobre o regime comunista por conta de seu programa nuclear.
A tensão entre os dois países se arrasta desde 2002, quando o ex-presidente George W. Bush incluiu o país asiático no que ele chamou de "eixo do mal", junto com Irã e Iraque.
Outro motivo da provocação seria a política interna. Além de ser um dos países mais pobres da Ásia, a Coreia do Norte sofre com o isolamento político, em razão de sustentar uma ditadura nos moldes soviéticos, centralizadora e militarizada. A ameaça nuclear fortaleceria o governo do chefe do Estado, Kim Jong-il, cuja família controla o poder há meio século.
Desde o último dia 25 de maio, foram realizados um teste nuclear subterrâneo e lançados seis mísseis balísticos e de curto alcance. O resultado foi uma crise diplomática internacional e o risco de novos conflitos armados com a vizinha Coreia do Sul.
A nação socialista violou a resolução 1.718 do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), órgão responsável pela segurança mundial. O documento, aprovado em 14 de outubro de 2006, condenava o programa nuclear norte-coreano por contrariar o tratado de não proliferação de armas nucleares. Desde então, a ONU vem pressionado o país para que suspenda os testes.
Essa não foi a primeira vez que os norte-coreanos desafiaram o mundo. No dia 5 de abril, a Coreia do Norte disparou um míssil de longo alcance, alegando que se tratava do lançamento de um satélite de comunicação. No entanto, o mesmo artefato poderia ser usado para carregar uma ogiva nuclear, o que provocou o endurecimento das sanções ao país.

7- Vinte anos depois, a revolução que a China quer apagar da história
Estudantes de Breslau, na Polônia, solidarizaram-se aos chineses, criando um Memorial do Protesto
Há 20 anos, o exército da República Popular da China tomou a praça da Paz Celestial (Tiananmen) e sufocou o maior protesto pró-democracia do século 20 ocorrido no país, que tinha à frente estudantes universitários.
Naquele dia 4 de junho de 1989 correu o mundo a imagem de um homem que, sozinho, tentava impedir o avanço de uma fileira de tanques de guerra. A identidade do homem nunca foi confirmada, nem seu paradeiro descoberto.
Os manifestantes promoviam manifestações na praça, localizada na região central de Pequim, há quase três meses. Eles foram mortos pelos soldados em ruas adjacentes, sem chances de defesa.
Dados oficiais apontam 241 mortos, mas fontes independentes calculam em até 7 mil as vítimas do massacre. Após a repressão, os principais líderes estudantis foram exilados.
Desde então, o regime comunista não somente se absteve de investigar o caso, como se empenhou em apagar o evento da memória das novas gerações, por meio de censura ao assunto em salas de aula e nos meios de comunicação.
Boa parte dos jovens chineses sequer conhece a história de Tiananmen. No aniversário de duas décadas, Pequim proibiu qualquer tipo de comemoração e bloqueou as redes sociais de relacionamento, como blogs, comunicadores instantâneos, emails, YouTube e Twitter, na tentativa de impedir que o assunto seja discutido. Ativistas políticos e familiares de vítimas também são monitorados de perto pelas autoridades chinesas, bem como estrangeiros e jornalistas.
Foi no clima de abertura política, com a queda do Muro de Berlim, o fim da União Soviética e a ruína dos regimes comunistas no Leste Europeu, que os estudantes chineses ocuparam a praça da Paz Celestial em abril de 1989.
Eles iniciaram o movimento após a morte do líder partidário Hu Yaobang, que apoiava reformas políticas no país. O protesto pacífico pedia a democratização, o fim da corrupção no governo e melhores condições de vida para os estudantes. As passeatas chegaram a reunir mais de 300 mil pessoas.
Durante a visita do ex-presidente russo Mikhail Gorbachev para a cúpula sino-soviética, em maio daquele ano, a imprensa internacional testemunhou um desfile de estudantes e ativistas em greve de fome que desafiavam o sistema comunista. Estava claro, a esta altura, a incapacidade do governo de controlar a situação e sua humilhação perante o mundo.
Nos bastidores, o Partido Comunista Chinês travava uma luta interna a respeito de como responder aos manifestantes. O secretário-geral do Partido Comunista, Zhao Ziyang, o segundo no comando do país, adotou um tom mais conciliador e pacifista, o que lhe custou o cargo.
Ziyang chegou a reunir-se com os líderes do movimento em 19 de maio, pedindo que desocupassem a praça. No dia seguinte, Pequim decretou lei marcial.
Com medo de enfraquecer sua liderança diante o movimento pró-democracia, Deng Xiaoping ordenou então a invasão do exército e a desocupação do praça. Nos dias seguintes ao massacre, outros estudantes foram presos ou executados.

8-O paradoxo chinês
O que mudou na China desde o massacre da praça da Paz Celestial? Na esfera econômica, o país promoveu, nos últimos anos, um crescimento jamais visto em todo mundo, atraindo investimentos estrangeiros e exportando produtos de baixo custo e quase sem concorrência no mercado internacional.
Com um PIB (Produto Interno Bruto) de US$ 3,5 trilhões, a China é a terceira maior economia do planeta, atrás somente dos Estados Unidos e do Japão e ultrapassando o Reino Unido e a Alemanha.
Aproximadamente 400 milhões de pessoas deixaram a pobreza nas últimas décadas, boa parte saída dos campos para reforçar um contingente de trabalhadores nas indústrias. Eles trabalham seis a sete dias por semana e 12 horas por dia, fabricando desde produtos piratas até componentes eletrônicos sofisticados.
Para se ter uma ideia dos avanços, na época da Revolução Cultural, em que intelectuais foram obrigados a trabalhar em campos de arroz, a taxa de analfabetismo atingia quase 60% da população. Atualmente, a China apresenta uma educação de primeiro mundo, com pesquisa de ponta e redução do analfabetismo para 4%.
O país também mantém uma estreita relação com os Estados Unidos, país símbolo da democracia moderna. A China é a maior financiadora dos gastos americanos, sobretudo os gastos militares com guerras como a do Iraque, ao mesmo tempo em que tem nos Estados Unidos seu maior mercado consumidor externo. A economia mundial está nas mãos destes dois gigantes.
Por outro lado, o governo de Pequim é autoritário, burocrático e centralizado no Partido Comunista, e endureceu a vigilância e censura após a tragédia de 4 de junho de 1989. O Estado se caracteriza, ainda, pela corrupção, desrespeito aos direitos autorais e restrições às liberdades civis.
Como o país consegue manter uma economia capitalista, baseada na livre iniciativa, sob um regime político ditatorial?
As lições de 1989 fizeram o governo compensar a falta de liberdade com uma pujança financeira e prosperidade, o que parece ter sido a chave para impedir o descontentamento de estudantes e intelectuais no país. Todos estão bem, contanto que não toquem em tabus como Tiananmen e falem em democracia.

9-Eleições no Irã. As dificuldades da democracia no país dos aiatolás
O presidente Mahmoud Ahmadinejad tem a sua reeleição contestada
Após o anúncio da reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad, no último dia 12 de junho, a capital iraniana, Teerã, virou palco dos maiores protestos contra o governo nos últimos 30 anos. As manifestações expuseram a fragilidade da democracia no país controlada pelos aiatolás e uma sociedade dividida entre a tradição e a modernidade.
Na verdade, o Irã está longe de ser uma democracia. O país é uma república teocrática, em que o poder político e religioso é concentrado na figura do Líder Supremo, o aiatolá Ali Khamenei. É ele quem controla as Forças Armadas, o Poder Judiciário e a imprensa estatal iraniana (radio e TV), além de escolher quem pode concorrer às eleições presidenciais no país.
De 475 candidaturas, apenas quatro foram aprovadas pelo Conselho dos Guardiães, órgão formado por seis clérigos e seis juristas que, na estrutura do poder legislativo iraniano, só está abaixo do Líder Supremo. Todos os candidatos que concorreram são homens e mulçumanos xiitas.
Na disputa eleitoral, o Irã ficou polarizado entre o atual presidente e o "moderado" Mir-Hossein Mousavi, que tem apoio das mulheres, dos estudantes e da classe média reformista do país. Ahmadinejad é considerado radical por negar o holocausto, defender o fim do Estado judeu e por desafiar o Ocidente com um programa nuclear com fins militares.
Indícios de fraudes
O clima de tranquilidade das campanhas eleitorais, no entanto, deu lugar aos protestos que reuniram centenas de milhares de pessoas nas ruas de Teerã. As manifestações já deixaram sete mortos e dezenas de feridos em confrontos com milícias governistas e a temida Guarda Revolucionária, grupo militar de elite do aiatolá.
As suspeitas de fraudes levaram o Líder Supremo, que raras vezes faz pronunciamentos, a determinar a recontagem parcial de votos e investigação pelo Conselho dos Guardiães. Os oposicionistas, por sua vez, liderados por Mousavi, querem a anulação do pleito.
Segundo analistas, a recontagem de votos dificilmente irá alterar o resultado, ratificando o sentimento, entre os iranianos, de que as eleições não passaram de uma representação teatral, num jogo previamente decidido.
Mas foi a vontade de mudar que levou a um índice recorde de 84% de iranianos que compareceram às urnas (o voto não é obrigatório no país). Ahmadinejad foi reeleito com 24,5 milhões de votos, 62,7%, contra 33,7% de Mousavi. Em 2005, o presidente foi eleito no segundo turno com 14 milhões de votos e comparecimento de pouco mais da metade dos eleitores, 52%.
O que levantou suspeita sobre as eleições presidenciais foi o anúncio da vitória duas horas depois do fechamento das urnas. Em geral, a contagem de mais de 40 milhões de votos em cédulas de papel, escritas à mão, leva até três dias. Além disso, pesquisas apontavam ao menos uma disputa apertada entre os candidatos, não uma vitória do presidente com folgada margem de votos no primeiro turno.
Em represália às manifestações, o Estado mandou prender líderes reformistas, bloqueou a internet e serviços de telefonia móvel, além de fechar universidades, proibir comícios e reuniões e cerceou o trabalho da imprensa estrangeira no país.
Um dos maiores "inimigos" do Estado iraniano são as redes sociais na internet e o microblog Twitter, usados pelos manifestantes para romper a censura da imprensa estatal e o impedimento de jornalistas estrangeiros de cobrirem os protestos de rua na capital.

10- Lua 40 anos. Um pequeno passo para o homem, um salto gigantesco para a humanidade
Rastro de Neil Armstrong deixa a marca da presença do homem na Lua
Quatro décadas depois que o primeiro homem pisou na Lua, em 20 de julho de 1969, os passos do astronauta Neil Armstrong ainda representam o apogeu da era espacial, jamais superados por outras missões.
Mas para que a humanidade finalmente concretizasse esse sonho, antevisto em literatura por escritores como Júlio Verne e H. G. Wells, foi preciso um empreendimento cuja história combina elementos de drama, tragédia e aventura, dignos de ficção.
Em 25 de maio de 1961, o presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, anunciou em uma sessão especial do Congresso que, até o final daquela década, o país iria enviar astronautas à Lua e trazê-los de volta em segurança, um desafio até então inédito.
Esse foi o início de um dos maiores esforços tecnológicos já realizados pela humanidade, o Projeto Apollo, comparável somente à construção do Canal do Panamá e ao Projeto Manhattan, que construiu a primeira bomba atômica na Segunda Guerra Mundial. O custo de enviar um homem à Lua foi de US$ 25,4 bilhões, quase US$ 100 bilhões atualizados (R$ 195 bilhões).
O anúncio de Kennedy resultou de pressões políticas para colocar o país à frente da corrida espacial, travada com a ex-URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), hoje Rússia, em plena Guerra Fria.
O clima era tenso entre as duas superpotências. Meses antes, entre 15 e 19 de abril, os Estados Unidos haviam feito uma tentativa de invasão à Baia dos Porcos em Cuba, elevando os riscos de uma guerra nuclear.
Além do fiasco na Baía dos Porcos, havia outro problema: os russos estavam vencendo a corrida espacial. Quatro anos antes, em 1957, Moscou colocou em órbita o satélite Sputnik. Em 12 de abril de 1961, o astronauta russo Iuri Gagarin se tornou o primeiro homem no espaço, antes que o norte-americano Alan Shepard fizesse um voo de 15 minutos na órbita da Terra, no dia em 5 de maio do mesmo ano.
Para Washington, tornou-se uma questão de honra demonstrar sua superioridade tecnológica. Na época, a Nasa, a agência espacial norte-americana, desenvolvia dois projetos - o Mercúrio e o Gemini - que antecederam o Apollo. A partir do anúncio de Kennedy, o país priorizou o programa espacial.
Primeiras tentativas
A conquista da Lua, entretanto, não era uma tarefa das mais fáceis. Era preciso vencer os 383 mil quilômetros que separam a Terra de seu satélite, pousar na Lua sem causar danos à espaçonave, retornar ao planeta e atravessar a atmosfera evitando que a cápsula se incendiasse com o atrito.
Foram necessárias dez missões, nove delas não-tripuladas entre 1961 e 1965, para que todos os problemas técnicos fossem solucionados.
O primeiro desafio, de chegar à superfície lunar, foi vencido pelos soviéticos com o pouso da espaçonave Luna 9, em 3 de fevereiro de 1966, antecedendo os Estados Unidos em três meses. As demais missões norte-americanas não-tripuladas realizaram órbitas em torno do satélite e fizeram dezenas de fotografias.
A primeira espaçonave tripulada, a Apollo 1, sofreu um incêndio em uma simulação de voo em 27 de janeiro de 1967, matando os astronautas Virgil "Gus" Grissom (comandante), Roger Chaffee, e Edward White. Estas foram consideradas as primeiras mortes do programa espacial norte-americano. O acidente também provocou atraso de um ano no projeto.
Finalmente, na manhã de 16 de julho de 1969, o foguete Saturno V, que transportava a espaçonave Apollo 11, foi lançado do Centro Espacial Kennedy, na Flórida. A espaçonave trazia o módulo de comando "Colúmbia", que alojava três astronautas, e o módulo lunar "Eagle", que desceria à superfície da Lua.
Em 20 de julho de 1969, o comandante Neil Alden Armstrong aterrissou o módulo lunar numa planície do satélite chamada "Mar da Tranquilidade", junto com o astronauta Edwin Eugene "Buzz" Aldrin Jr. O terceiro tripulante da Apollo 11, Michael Collins, pilotava o módulo de comando e mantinha contato com a base na Terra.
Depois de dar os primeiros passos na Lua, Armstrong pronunciou a famosa frase: "É um pequeno passo para o homem, mas um salto gigantesco para a humanidade." O pouso foi acompanhado por 1,2 bilhão de pessoas na Terra pela TV e pelo rádio.

11-Golpe de Estado depôs Manuel Zelaya, presidente de Honduras.
Causas
• Para se reeleger, Zelaya queria mudar a Constituição com um referendo popular.
• Constituição de Honduras não permite a reeleição.
• Congresso, Suprema Corte e Ministério Público se opuseram. Zelaya insistiu.
• Diante do impasse, o Exército interveio, depondo Zelaya.
Desdobramentos
• Maioria dos países americanos opôs-se ao golpe e faz pressões diplomáticas pela volta de Zelaya.
• Procura-se solução negociada entre o atual presidente, Roberto Micheletti e os partidários de Zelaya, com a mediação de Óscar Arias, presidente da Costa Rica e prêmio Nobel da Paz.

12- ONU escolhe 2009 como Ano Internacional da Astronomia
Este ano comemoram-se os 400 anos de invenção do telescópio, por Galileu Galilei. Por isso, a ONU escolheu 2009 como o Ano Internacional da Astronomia.
Desde a descoberta de Galileu, a física e a cosmologia tiveram duas grandes revoluções: a primeira teve como principal protagonista Isaac Newton, a segunda, Albert Einstein.
Perguntas sem respostas
Apesar de todo sucesso nos últimos séculos, há pelo menos 30 anos a ciência vive um impasse. São dois grandes mistérios que até hoje não foram resolvidos:
• Como conciliar a mecânica quântica, que descreve o microcosmo, e a teoria da relatividade geral, aplicada ao macrocosmo?
• Como explicar a matéria e energias escuras, que seriam responsáveis pela aceleração da expansão cósmica?

13- Liberdade de imprensa ameaçada na América Latina
A liberdade de imprensa é um dos alicerces das sociedades democráticas. Somente a imprensa independente de poderes econômicos e políticos pode exercer seu papel fiscalizador. Por essa razão é que as ditaduras mantêm os meios de comunicação sob censura.
Têm sido recorrentes os casos de violação do direito de expressão de órgãos de imprensa em países da América Latina:
• Argentina: blitz de fiscais da receita à sede do Clarín, principal jornal do país, que faz oposição à presidente Cristina Kirchner.
• Venezuela: em 2007, Hugo Chávez não renovou a concessão da emissora de TV Rádio Caracas Televisão (RCTV), que foi obrigada a encerrar as transmissões abertas. O presidente também ameaça fechar outra rede de TV e emissoras de rádio.
• Equador: projeto de lei apoiado pelo presidente Rafael Correa obriga veículos de comunicação a fazerem um cadastro e obterem licença provisória de funcionamento, permitindo ao governo ter mais controle sobre o conteúdo.
• Bolívia: presidente Evo Morales processou jornal e reestruturou imprensa oficial para rebater críticas.
• Brasil: por determinação do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), O Estado de S. Paulo está sob censura prévia. O jornal foi proibido de publicar matéria sobre investigação da PF que envolve Fernando Sarney, filho de José Sarney (PMDB-AP). Outro caso atingiu o colunista José Simão, do jornal Folha de S. Paulo.

14- Aqüífero Guarani. Águas subterrâneas também estão em risco
A contaminação da água doce que circula pelo planeta é cada vez maior, seja causada por agrotóxicos e fertilizantes químicos usados na agricultura, por resíduos de processos industriais, por esgotos domésticos e por lixões, sem esquecer dos dejetos químicos de produtos empregados na mineração.
Com a poluição das águas de superfície, a humanidade passou a se abastecer em grande parte das águas subterrâneas. Um bilhão e meio de habitantes de centros urbanos do mundo dependem totalmente delas para sobreviver. No Brasil, 80% das cidades do Centro-Sul já são abastecidas pelas águas tiradas das profundezas subterrâneas.
Mas essas as reservas estão diminuindo em todo o planeta de forma impressionante, em especial no Oriente Médio e na África. Elas não se renovam com a velocidade da extração feita pelo ser humano. Na Europa, 50% das cidades convivem com a ameaça, num futuro próximo, de falta de água. Elas precisam dos depósitos sob a terra e os exploram acima da capacidade de reposição natural que eles têm.
O que são os aqüíferos
Por esse cenário, crescem em importância os aqüíferos. Eles são grandes depósitos subterrâneos de água alimentados pelas chuvas que se infiltram no subsolo. Por sua vez, alimentam mananciais de água na superfície e formam lagoas, rios ou pântanos. Não custa recapitular: só cerca de 3% de toda a água do planeta é doce. Mais ou menos a terça parte disso (30,1%) existe em reservatórios no subsolo.
Muitas pessoas pensam que os aqüíferos são grandes bolsões subterrâneos encapados em rocha e cheios de água. Não é assim na maioria das vezes. A água costuma preencher os espaços entre os sedimentos arenosos, como se fosse em uma tigela com com areia e água misturados, ou se infiltra pelas fraturas, ou rachaduras, das rochas - pense em uma imensa esponja que absorve a água e você vai ter a idéia mais próxima do que é um aqüífero. Apenas em alguns casos a água fica armazenada em bolsões, quando ela dissolve as rochas.
O aqüífero Guarani é o principal manancial de água doce da América do Sul, formado entre 200 milhões e 132 milhões de anos atrás, nos períodos Triássico, Jurássico e Cretáceo Inferior . Imagine só: oito estados brasileiros, mais o Norte da Argentina e do Uruguai, e parte do Paraguai se assentam sobre esse oceano de água doce, numa área de 1,2 milhão de quilômetros quadrados - o que faz dele o maior reservatório de água subterrânea transnacional do mundo.
E a maior parte dele fica em território brasileiro - são dois terços da área total, nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Só em um desses estados, São Paulo, o Guarani é explorado em mais de mil poços - e a maioria deles fica numa área de recarga do aqüífero, isto é, na região de 17 mil quilômetros quadrados em que ele se recarrega com a infiltração das águas das chuvas.

15- Aquecimento global. Mudanças climáticas afetam vida no planeta
A derrubada de florestas é uma das causas do aquecimento gobal
O aquecimento global é o resultado da emissão excessiva de gases do efeito estufa na atmosfera, principalmente o dióxido de carbono (CO2). Esse excedente forma uma camada que fica mais espessa a cada ano, impedindo a dispersão da radiação solar e, em consequência, aquecendo exageradamente o planeta.
O aquecimento global está ligado a fenômenos como o degelo nas regiões polares e o agravamento da desertificação. Um aumento de 1o C na temperatura média da Terra seria o suficiente para alterar o clima de várias regiões, afetando a biodiversidade. De acordo com os cientistas do Painel Intergovernamental em Mudança do Clima, da ONU, o século 20 foi o mais quente dos últimos 500 anos, com aumento da temperatura média entre 0,3 oC e 0,6 o C.
Segundo os cientistas, as causas do aquecimento global são, principalmente, a derrubada de florestas e a queima de combustíveis fósseis - petróleo, carvão e gás natural -, atividades cada vez mais intensas desde o início da Revolução Industrial, em meados do século 18. Esses três combustíveis correspondem a mais da metade das fontes de energia do mundo. Formam, portanto, a base da atividade industrial e dos transportes.
Entre as causas, ainda podemos citar o excesso de gases como metano e óxido nitroso, que são gerados, sobretudo, pela decomposição do lixo, pela pecuária e pelo uso de fertilizantes.
Substâncias químicas artificiais
O dióxido de carbono é um gás essencial à vida, produzido pela respiração dos seres vivos, pela decomposição de plantas e animais, e também na queima de combustíveis fósseis e de florestas. O tempo de sua permanência na atmosfera é de 100 anos, no mínimo. O principal processo de renovação do gás é a sua absorção por oceanos e florestas. No início do século 21, o planeta Terra emite entre oito e nove bilhões de toneladas de CO2 por ano. Desse total, 80% vem da queima de combustíveis fósseis.
As emissões de substâncias químicas artificiais - sobretudo os clorofluocarbonos (CFC), desenvolvidos na década de 1930 para serem usados especialmente como fluidos refrigerantes em geladeiras e aparelhos de ar-condicionado - intensificam as reações químicas que destroem o ozônio. Sem a camada de ozônio absorvendo parte da radiação ultravioleta B (UVB) emitida pelo sol, as plantas teriam uma redução na capacidade de fotossíntese e haveria maior incidência de câncer de pele e catarata nos humanos.
A diferença entre efeito e estufa e aquecimento global é que o efeito estufa é um fenômeno atmosférico natural, em que os gases da atmosfera funcionam como um anteparo, deixando passar a luz solar para seu interior, mas aprisionando o calor. Sem esse processo seria impossível a vida na Terra, já que a temperatura média seria 33o C menor. Já o aquecimento global é causado pelas atividades humanas e resulta no agravamento desse processo natural.
Quanto ao aparecimento de buracos na camada de ozônio, trata-se de um processo natural, já que, em certas épocas do ano, reações químicas na atmosfera produzem aberturas na camada, mas que depois se fecham. No entanto, a atividade humana acentuou esse processo.

16- Missão no Afeganistão não deixa de ser uma guerra
Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: O governo alemão se refere a uma "missão de estabilização". No entanto, será que os soldados alemães no Afeganistão não estão envolvidos numa guerra de fato? Peter Stützle comenta.
Esta guerra não é guerra. Guerra é quando um Estado ataca um outro com soldados. Pelo menos é isso o que consta do direito internacional. Podia-se falar de guerra, quando a aliança internacional sob liderança norte-americana atacou a Sérvia, a fim de impedir um temido genocídio no Kosovo.
No Afeganistão, entretanto, não são países combatendo países. Lá o que impera é uma guerra civil, e diversos Estados, inclusive a Alemanha, estão combatendo os rebeldes do Talibã ao lado do governo por eles reconhecido, o do presidente afegão, Hamid Karzai.
Mas é claro que guerra civil também é guerra, embora não o seja no sentido estipulado pelo direito internacional. A não ser que um país lute do lado dos rebeldes contra um governo legítimo. Neste caso, do ponto de vista do direito internacional, o país em questão estaria lutando contra o Estado representado por esse governo.
No entanto, nem sempre é fácil falar de governos legítimos. Durante a Guerra Civil Espanhola, a Alemanha nazista e a Itália fascista apoiavam o golpista Franco, cujo governo era reconhecido como legítimo pelos dois países. A União Soviética, por sua vez, apoiava o governo socialista deposto, que continuava a se considerar legítimo.
No Afeganistão, os talibãs se consideravam o governo legítimo, quando – após os atentados de 11 de setembro de 2001 – foram atacados por uma aliança liderada pelos EUA. O governo talibã era reconhecido por alguns países, mas não por norte-americanos e europeus.
Durante uma demorada guerra civil, os talibãs passaram a controlar quase todo o Afeganistão; a Aliança do Norte só conseguiu se manter numa pequena parte do país. Do ponto de vista ocidental, Cabul não tinha um governo legítimo e o Afeganistão era considerado um "failed state", um estado fracassado.
No final dos anos 1940, os comunistas chineses iniciaram uma cruel guerra civil e expulsaram da capital Nanquim o governo republicano internacionalmente reconhecido, adquirindo controle sobre quase todo o país. Os republicanos só conseguiram se manter na ilha de Taiwan. Na década de 1970, entretanto, os países ocidentais passaram a considerar oportuno reconhecer os comunistas em Pequim, então em conflito com Moscou, como o legítimo governo da China.
Quando os talibãs assumiram o poder, a União Soviética já não existia mais. Do contrário, quem sabe se o Ocidente não teria até reconhecido o regime talibã, a fim de criar um polo de oposição a Moscou? Neste caso, uma operação militar contra eles teria sido uma guerra regular.
Como a Al Qaeda, com a tolerância do regime talibã, preparou os atentados de 11 de Setembro a partir do Afeganistão e ainda estava planejando outros, também teria havido um motivo legítimo de guerra. Neste caso, os americanos e seus aliados também deveriam ter criado um acampamento regular de prisioneiros de guerra, a ser vigiado pela Cruz Vermelha, em vez da duvidosa prisão em Guantánamo ou em qualquer outro lugar.
Do ponto de vista formal, a guerra no Afeganistão não é uma guerra. Mesmo assim, não deixa de ser guerra.

17- Economia: Brasil – Anos 70 - As grandes obras
O "Brasil Grande Potência" preconizado pelos governos militares baseava-se na construção, com dinheiro público, de projetos grandiosos de infra-estrutura. Nesse período, começaram as obras da Ponte Rio–Niterói, da usina de Itaipu e da Rodovia Transamazônica. Um dos objetivos dessa última era estimular a ocupação da floresta. A estrada foi aberta, mas nunca recebeu asfalto no trecho de selva.
Economia: Brasil – Anos 80 - I - Os anos da hiperinflação
Nos anos 80, o investimento externo no Brasil diminuiu abruptamente, a dívida explodiu e a economia entrou parafuso. Emerge a inflação. O governo Sarney consolidou a volta da democracia ao Brasil. Para tentar conter a inflação, Sarney anunciou o Plano Cruzado, em 1986, baseado no congelamento geral de preços. Uma praga só extinta com o Plano Real, em 1994.
Economia: Brasil – Anos 80 - II - O Brasil quebrou duas vezes nos anos 80. A primeira foi em 1983, no regime militar. A segunda, na administração Sarney, em 1987. Sem dinheiro em caixa para honrar compromissos externos, o governo anunciou a suspensão dos pagamentos da dívida brasileira.
Collor toma posse, baixa um confisco geral e deixa o país em estado de choque. O mérito da equipe de Collor, foi ter iniciado a abertura da economia brasileira, obrigando a indústria nacional a competir, pela primeira vez de verdade, com os concorrentes estrangeiros.
Economia: Brasil – Anos 90 – I - O PLANO REAL O lançamento do Plano Real, em julho de 1994, é um marco na história econômica do Brasil. A inflação foi controlada. Fernando Henrique Cardoso elegeu-se duas vezes presidente da República. Fim da inflação, o governo FHC legou ao país duas outras importantes conquistas: a Lei de Responsabilidade Fiscal, que proíbe os governantes de gastar mais do que arrecadam, e as privatizações.
Economia: Brasil – Anos 90 - II - No século XXI, o Brasil descobriu-se candidato a potência energética. Encontra enormes reservas de petróleo no fundo do mar, o país aperfeiçoou a tecnologia de produção e consumo do etanol a partir da cana-de-açúcar. Em 2007, a cana tornou-se a segunda maior fonte energética do país, responsável por 16% do total, à frente das hidrelétricas.
Economia: Brasil – Governo Lula - Lula conseguiu espantar o fantasma da dívida externa, que nos assombrava havia trinta anos. O Brasil deixou de ser devedor e agora é credor de outros países. Uma mudança fantástica de posição. Agora é preciso reduzir a dívida interna, que bateu neste ano na casa do 1,2 trilhão de reais e ameaça o equilíbrio das contas públicas. O dragão da inflação volta a assustar.

18- Legado de Bush para Obama
O legado que Bush deixa para seu sucessor, Obama, é desanimador. A maior encrenca é o Iraque. O plano de invadir o país e derrubar Saddam Hussein foi feito com base na alegação (falsa) de que o ditador tinha um arsenal de armas de destruição em massa. A ocupação foi mal planejada. Entre 2003 e 2008, morreram mais de 4 000 soldados americanos na Guerra do Iraque, 97% deles após a derrocada de Saddam Hussein, e 90 000 civis, a maioria em atentados terroristas. Como efeito colateral, o fim da ditadura sunita no Iraque deu espaço à ascensão dos fundamentalistas xiitas – em geral alinhados com a teocracia do Irã, inimiga dos Estados Unidos.
A vitória de Obama tem a moldura dos feitos que abrem uma nova era. Depois de quase oito anos da política arrogante do presidente George W. Bush, a escolha de um negro que passou parte da infância num país islâmico, soa como uma mensagem de tolerância.
Desde 2007, a violência no Iraque diminuiu, graças ao aumento na quantidade de tropas americanas no país. Obama, prometeu retirar os soldados num prazo máximo de dezesseis meses, deu sinal de que mudou de idéia. O plano de sair do Iraque agrada a muitos americanos, mas sua eficácia – é discutível. Para agravar a situação, o Irã – que se fortaleceu na região com a queda de Saddam – está perto de ser atacado por Israel e Estados Unidos se insistir no projeto de ter sua própria bomba atômica.

19- China: grande potência do século XXI
O sucesso da Olimpíada de Pequim é o marco simbólico da nova China. Depois do que se viu nos Jogos de 2008 – a organização impecável, a exuberante festa de abertura, a riqueza arquitetônica dos estádios – ninguém mais duvida de que o país conquistou seu espaço entre as grandes potências mundiais.
O avanço das últimas décadas elevou as expectativas em relação ao futuro do país. O século XXI será da China, da mesma forma que o século XX foi dos Estados Unidos. Se a tendência de crescimento se mantiver, em uma década os chineses terão a segunda maior economia do mundo. O país asiático também está próximo de se tornar o maior exportador de mercadorias. Daí a ameaçar a hegemonia dos Estados Unidos, no entanto, há um longo caminho: o PIB chinês representa apenas um quarto do americano. Em termos militares, a diferença é ainda maior. Os gastos com defesa dos Estados Unidos são dez vezes maiores do que os da China. No plano cultural, a superioridade continuará americana, visto que a língua, o alfabeto e os costumes chineses não são capazes de se tornar universais – aliás, a China é que está ficando parecida com os Estados Unidos. O mais provável é que ambos os países se tornem sócios indissociáveis.

20- Os 60 anos de Israel
Egito, Jordânia, Síria e Líbano são os países que Israel derrotou na famosa Guerra dos Seis Dias, e que até hoje mantém uma relação de conflito com esses Estados. Isso sem falar do Irã, sob a liderança do Presidente Mahmud Ahmadnejad que nos últimos dias vem prometendo para o mundo que pretende varrer Israel do Mapa, e devolver as suas terras aos Palestinos.
Israel está envolvido com outros Estados que desejam destruí-lo, alegando que esse território foi usurpado dos Palestinos pelos judeus ilegitimamente com a ajuda da Comunidade Internacional. No entanto, Israel é um Estado Legítimo, reconhecido pela Comunidade Internacional, e que tem direito de se defender. E é isso que ele faz, com muito sucesso inclusive. Se não fosse a ajuda da ONU, dos Estados Unidos e da maioria dos países Europeus, dificilmente Israel seria a potência militar e econômica que é hoje.
Não adianta achar que Israel é o patinho feio do Oriente Médio. Esse Estado tem uma política de segurança porque é obrigado a ter, pois senão ele realmente é destruído.
Nos 60 anos da criação do Estado Judeu, uma questão ainda é fundamental para os olhos do mundo: enquanto o sistema internacional for anárquico, ou seja, enquanto houver sistema de Estado como nós o conhecemos, Israel terá todo o direito de se defender e de usar todos os recursos que lhe são disponíveis para sobreviver, desde que esteja de acordo com o direito internacional.

21- O fracasso de Doha
Depois de sete anos de negociações Doha foi mais uma vez enterrada. O fracasso deve-se aos subsídios dos países europeus e norte-americanos aos produtores, principalmente agrícolas, desses países.
As conseqüências desse fracasso serão sentidas pelos países emergentes que serão obrigados a fazerem acordos bilaterais para compensar o fracasso dos acordos multilaterais.
O fato é que os países ricos agem realisticamente quando se trata de defender os seus interesses. É impossível uma abertura total do comércio mundial, pois, os interesses dos países ricos serão diretamente afetados e engolidos pelos países emergentes na medida em que os produtores dos países ricos produzem para o mercado local, ao passo que os produtores dos países emergentes produzem para exportação, o que inundaria os mercados ricos com produtos agrícolas baratos, resultando na quebra total ou parcial dos produtores locais.
Resta aos países emergentes pensar nessas questões e desenvolver novas estratégias para manter dinâmico e vivo o mercado e a economia dos países mais afetados com o fracasso de Doha: os países emergentes.

22- O mundo após 11/9/2001
Os ataques às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001 podem ser comparados com a queda da União Soviética no sentido de que esses eventos foram divisores de águas nas relações internacionais.
O pós 11 de setembro tornou o mundo ainda mais instável. O medo e a insegurança continuam a tomar conta dos corações e das mentes das pessoas ao redor do mundo, gerando assim um efeito psicológico comparável aos tenebrosos anos da ameaça nuclear da Guerra-Fria, quando dois Estados mediam força.
São inimigos sem rostos, sem uniforme, sem uma definição aceitável por todos os agentes legítimos que moldam o sistema internacional. Esses atores têm o desejo inconteste de justiça, à sua maneira. “Justiça esta que não se justifica pelos seus atos horrendos, quando não consideram como inimigo, apenas o militar, mas, sobretudo, os civis, composto por mulheres, homens, idosos e crianças indefesas”. Objetivo: Chamar a atenção da mídia mundial para as suas reivindicações.
Norte da Espanha e Sul da França - (ETA, Euskadi Ta Askatsuna que significa - Pátria basca e liberdade - motivo étnico) - o povo basco, cuja língua e cultura tem origem obscura, mantém sua identidade apesar da centena de anos sob domínio espanhol e francês. Na Espanha, terroristas começaram a lutar pela independência em 1968 e nos anos 70 aparece o grupo terrorista ETA, que reivindica a independência.
O Ira na Irlanda do Norte - O Exército Republicano Irlandês, mais conhecido como IRA (do inglês Irish Republican Army), é um grupo paramilitar católico que intenciona que a Irlanda do Norte separe-se do Reino Unido e seja anexada à República da Irlanda. Utiliza-se de métodos tidos como terroristas, principalmente ataques à bomba e emboscadas com armas de fogo. Tem como alvos tradicionais os protestantes, políticos e representantes do governo britânico. O IRA tem ligações com outros grupos nacionalistas irlandeses e um braço político: o partido nacionalista Sinn Fein.
A principal razão IRA lutava era pela igualdade religiosa, visto que 75% da população norte-irlandesa era protestante e o pouco que restava, católica, o que fazia que houvesse uma desigualdade e preconceito entre as religiões. Como os protestantes eram maioria, eles decidiam candidaturas políticas, plebiscitos, entre outros, impedindo que a vontade católica se manifestasse.

23- G20 - O G20 (países industriais) é um grupo que integra as maiores potências do mundo.
O principal objetivo do G20 é discutir e desenvolver uma política que promove o "crescimento sustentável" da economia mundial.
Promovem uma discussão entre os principais países industriais e emergentes do mercado, procurando assim uma estabilidade financeira entre os mesmos.
O poder de influência do G-20 foi confirmado na fase final das negociações que levaram ao acordo-quadro. Graças aos esforços do G-20, o acordo-quadro adotado reflete todos os objetivos negociadores do Grupo na fase inicial de negociações da Rodada de Doha: (I) ele respeita o mandato de Doha e seu nível de ambição; (II) aponta para resultados positivos das negociações de modalidades; e (III) representa, além disso, uma melhoria substantiva em relação ao texto submetido em Cancun, em todos os aspectos da negociação agrícola.
Durante as próximas negociações de modalidades, o G-20 manter-se-á engajado nas negociações, intensificará sua coordenação interna e seus esforços de interação com outros grupos, visando à promoção dos interesses dos países em desenvolvimento nas negociações agrícolas.
Países integrantes do G20
01. África do Sul
02. Alemanha
03. Arábia Saudita
04. Argentina
05. Austrália
06. Brasil
07. Canadá
08. China
09. Coréia do Sul
10. Estados Unidos
11. França
12. Índia
13. Indonésia
14. Itália
15. Japão
16. México
17. Reino Unido
18. Rússia
19. Turquia
20. União Européia

24- Países emergentes –
O termo BRIC foi criado para fazer referência a quatro países Brasil, Rússia, Índia e China. Estes países emergentes possuem características comuns. Ao contrário do que algumas pessoas pensam, estes países não compõem um bloco econômico, apenas compartilham de uma situação econômica com índices de desenvolvimento e situações econômicas parecidas.
Características comuns destes países:
- Economia estabilizada recentemente;
- Situação política estável;
- Mão-de-obra em grande quantidade e em processo de qualificação;
- Níveis de produção e exportação em crescimento;
- Boas reservas de recursos minerais;
- Investimentos em setores de infra-estrutura (estradas, ferrovias, portos, aeroportos, usinas hidrelétricas, etc);
- PIB (Produto Interno Bruto) em crescimento;
- Índices sociais em processo de melhorias;
- Diminuição, embora lenta, das desigualdades sociais;
- Rápido acesso da população aos sistemas de comunicação como, por exemplo, celulares e Internet (inclusão digital);
- Mercados de capitais (Bolsas de Valores) recebendo grandes investimentos estrangeiros;
- Investimentos de empresas estrangeiras nos diversos setores da economia.
Futuro
Economistas afirmam que, mantidas as situações atuais (descritas acima), os países do BRIC poderão se tornar grandes economias num futuro próximo. Dentre estes países, destacam a China, em função do rápido desenvolvimento econômico (crescimento do PIB em torno de 10% ao ano) e elevada população.

25- Ingresso do Brasil no G8 –
EUA e Japão são contrários ao ingresso do Brasil no G8.
Nicolas Sarkozy, presidente francês defende o ingresso do Brasil no Grupo.
O Japão é o único país asiático membro do G8.
O presidente francês defende que "não é justo nem razoável" que apenas oito países se reúnam para discutir os problemas do mundo, quando este é "universal".
O que é o G8
Poderoso clube de países reuniram-se pela 1ª vez em Hokkaido, em 1975, após a crise do petróleo, com seis membros. No ano seguinte o Canadá foi incorporado e, em 1997, a Rússia. Na época, as oito nações acumulavam 65% do PIB mundial.
Atualmente, o grupo representa 58% do PIB mundial, e é responsável por 60% das emissões de gases que produzem o efeito estufa.


26- Aqüífero Guarani –
O Aqüífero Guarani é uma reserva subterrânea de água doce (considerada até o momento a maior do mundo), localizada na região sul da América do Sul (partes do território do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai).
- O Aqüífero Guarani ocupa uma extensão de aproximadamente, 1,2 milhões de km².
- Ele tem capacidade para abastecer, de forma sustentável, cerca de 400 milhões de habitantes, com 43 trilhões de metros cúbicos de água doce por ano.
- A profundidade da reserva é de, aproximadamente, 1500 metros.
- No Brasil, está presente no subsolo dos seguintes estados: São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Mato-Grosso do Sul, Paraná, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
- Ocupa também partes do território subterrâneo de outros três da América do Sul: Argentina, Uruguai e Paraguai.
- A quantidade de água doce seria capaz de abastecer a população mundial por mais de cem anos.
O aqüífero é alvo de especulações internacionais, além de ser considerada a “saída” para a crise de falta de água que pode acometer o mundo e por isso, também é muito visado.
Não é impermeável e pode ser contaminado.
A preocupação é com ameaça de utilização de produtos agroquímicos, como pesticidas, contrabandeados do Paraguai, cuja utilização no Brasil é proibida pelo Ministério da Saúde. Além disso, a implantação de novas usinas de açúcar e álcool, como o vinhoto e pesticidas também podem contaminar o reservatório.
Outra ameaça vem dos lixões. A quantidade de lixo produzida ainda não produz chorume suficiente para pôr em risco o recurso hídrico subterrâneo.

27- Amazônia - Departamento de Articulação de Ações da Amazônia (DAAM)
O Departamento de Articulação de Ações da Amazônia (DAAM) foi criado por meio do Decreto nº 6.101 de 26 de abril de 2007, com as seguintes atribuições:
•promover a articulação de ações do Ministério do Meio Ambiente relacionadas com a Amazônia;
•coordenar as ações do ministério no âmbito do Plano Amazônia Sustentável (PAS);
•exercer as atividades de secretaria-executiva do Conselho Nacional da Amazônia Legal (Conamaz);
•coordenar, articular e acompanhar a implementação do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil.
O DAAM é também responsável pela elaboração e implementação do Programa Amazônia. O objetivo do Programa Amazônia é consolidar os conhecimentos produzidos pelo Programa Piloto.
Também são ações relevantes do departamento a coordenação e realização anual do Prêmio Chico Mendes de Meio Ambiente e a elaboração e divulgação de estudos sobre temas estratégicos para subsidiar políticas de desenvolvimento sustentável da região amazônica.

28- Amazônia - Plano Amazônia Sustentável
O Plano Amazônia Sustentável (PAS) é uma iniciativa do Governo Federal em parceria com os estados da região amazônica. Propõe estratégias e linhas de ação, aliando a busca do desenvolvimento econômico e social com o respeito ao meio ambiente.
O Plano tem como objetivo implementar um novo modelo de desenvolvimento na Amazônia brasileira, pautado na valorização da potencialidade de seu enorme patrimônio natural e sócio-cultural. Suas estratégias estão voltadas para a geração de emprego e renda, a redução das desigualdades sociais, a viabilização das atividades econômicas dinâmicas e inovadoras, com inserção em mercados regionais, nacionais e internacionais, bem como para o uso sustentável dos recursos naturais com manutenção do equilíbrio ecológico.
O PAS se organiza em torno de cinco grandes eixos temáticos:
- produção sustentável com inovação e competitividade
- gestão ambiental e ordenamento territorial
- inclusão social e cidadania
- infra-estrutura para o desenvolvimento
- novo padrão de financiamento

29- Crise dos alimentos – Problema afeta população mais pobre
A expansão das fronteiras agrícolas e o desenvolvimento tecnológico garantiram um longo período de queda nos preços mundiais dos alimentos: entre 1975 e 2004 esses preços chegaram a cair 75%. No entanto, os atuais índices de preço, todos em alta, mostram que essa fase acabou.
Segundo alguns estudiosos, esse novo período de aumento do preço poderá se estender por longo tempo, fazendo com que cerca de 100 milhões de pessoas voltem a ocupar um lugar abaixo da linha que separa a pobreza da miséria absoluta.
Possíveis causas da crise
1. Desenvolvimento global: os países estão comendo mais, principalmente as economias que têm registrado maior expansão e prosperidade, como a da China. Com mais dinheiro no bolso, a população compra maior quantidade de alimentos.
2. Alta do petróleo: nos dias de hoje, a agricultura é totalmente mecanizada e depende, em boa parte, do petróleo, que também é usado como matéria-prima na produção de defensivos agrícolas e outros produtos químicos (utilizados na preparação do solo para o plantio).
3. Bloqueio das exportações: a ameaça de desabastecimento tem levado grandes países produtores de alimentos a impedir a exportação, agravando o problema nos países importadores.
4. Aumento da população: segundo a ONU, a população mundial atingirá o número de 8,3 bilhões de pessoas em 2030 - e 9 bilhões em 2050.
5. Fatores meteorológicos: condições climáticas desfavoráveis vêm reduzindo a quantidade de alimentos produzida no mundo. Alguns países têm passado por períodos adversos à agricultura, como a Austrália, segundo maior exportador de trigo do mundo, que enfrenta uma forte seca.
6. Aumento da produção destinada aos biocombustíveis: o principal problema tem relação com o etanol produzido nos Estados Unidos, feito a partir do milho. Com a redução da oferta de milho para o setor de alimentos, o preço de seus derivados - como as rações para animais (e, conseqüentemente, a carne) - subiu.
7. Especulação financeira: com a queda do dólar, investidores que ganhavam dinheiro investindo na moeda norte-americana migraram para outros investimentos, como os produtos agrícolas. A maior procura contribuiu para valorizar o preço.

30- Transposição do Rio São Francisco -
O rio São Francisco é o mais importante da região Nordeste.
Assim, ele é um rio perene: nunca seca, nem nos períodos de maior estiagem quando há uma diminuição do volume de suas águas. Recebe água de outros rios nordestinos que são intermitentes, ou seja, secam durante o período de estiagem.
É um rio de grande importância para a população da região que o utiliza para a navegação, irrigação, abastecimento de água e produção de energia elétrica.
Os sertanejos lhe deram o apelido carinhoso de "Velho Chico", pois esse rio faz parte do cotidiano da ocupação do sertão. Desde o século 16 suas águas serviram de estrada para a colonização da área e suas margens eram ocupadas por extensas fazendas de gado.
Transposição, o que é isso?
Há planos de fazer a transposição de parte de suas águas. Elas seriam desviadas para transformar rios intermitentes em perenes, e até diminuir a falta de água na Paraíba, no Ceará e no Rio Grande do Norte. Essa idéia surgiu já no segundo império. O imperador Pedro 2º chegou a propor a transposição das águas do rio.
Na década de 1990 voltou-se a pensar em transpor as águas do rio por bombeamento. Além disso, falou-se na construção de barragens, principalmente em Minas Gerais, para regularizar o fluxo do rio e aumentar a capacidade de irrigação e de produção de energia elétrica. Porém, o projeto não saiu do papel.
O governo Lula reativou o plano de transposição das águas, com algumas mudanças. O atual projeto é criticado porque atenderia apenas 5% da área do semi-árido.
Outras críticas apontam o grande dano a ser causado ao ambiente, o custo elevado (cerca de R$ 6 bilhões) e a possibilidade de que os beneficiados sejam empresas multinacionais e não os produtores sertanejos. Os que defendem o projeto afirmam que serão gerados empregos e a área será dinamizada economicamente.

31- Mudança nos fusos horários usados no Brasil–
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que reduz de quatro para três o número de fusos horários usados no Brasil. A mudança, que tem prazo de 60 dias para entrar em vigor, atingirá municípios nos Estados do Acre, Amazonas e Pará.
Os 22 municípios do Acre ficarão com diferença de uma hora em relação a Brasília --hoje são duas horas a menos. Municípios da parte oeste do Amazonas, na divisa com o Acre, sofrerão a mesma mudança, o que igualará o fuso dos Estados do Acre e do Amazonas.
A mudança na lei também fará com que o Pará, que atualmente tem dois fusos horários, passe a ter apenas um. Os relógios da parte oeste do Estado serão adiantados em mais uma hora, fazendo com que todo o Pará fique com o mesmo horário de Brasília.

32- Amazônia brasileira –
A floresta Amazônica possui aproximadamente 5,5 milhões de km², sendo que 60% no Brasil, e o restante (40%) na Colômbia, Equador, Bolívia, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. No Brasil, a floresta é chamada de Amazônia Legal e abrange os Estados do Amazonas, Amapá, Mato Grosso, oeste do Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima, Acre e Tocantins.
Amazônia Legal
A floresta Amazônica é densa e fechada, o que dificulta a sua penetração e ocupação, higrófita (adaptada a grande umidade), perenifólia (apresenta folhas verdes nas copas durante o ano todo), e latifoliada (folhas grandes e largas). Possui grande biodiversidade (variedade de espécies animais e vegetais).
Há milhões de anos, a área onde está localizada era um mar e, por isso, ela apresenta solos geologicamente pouco férteis e arenosos. A floresta derruba seus galhos, frutos, folhas, animais morrem, etc. formando uma camada superficial de matéria orgânica que se decompõe e transforma-se em húmus que, por sua vez, alimenta a vegetação.
Ciclo de carbono
Ela se auto sustenta, pois se mantém produzindo o seu próprio alimento e criando um ciclo de carbono relativamente fechado. Por isso quando é queimada ou desmatada e se desenvolve a agricultura durante alguns anos, em grandes áreas, a dinâmica da floresta é interrompida e os nutrientes depositados são consumidos. É necessário muito tempo para ela se recuperar ou, pior, a floresta pode entrar em um processo de degradação com processos erosivos intensos.
O ciclo de oxigênio também é algo polêmico por que alguns autores chamam a Amazônia de pulmão do mundo, querendo dizer que ela produz muito oxigênio para o planeta todo, o que não é verdade: apesar de produzir muito oxigênio, pelo processo da fotossíntese, este é consumido à noite e pela decomposição da matéria orgânica.
A Amazônia é muito importante para o ambiente do planeta pois ela fixa o carbono da atmosfera, através do crescimento das plantas e da fotossíntese, reduzindo, assim, o efeito estufa. Ela reduz a variação da temperatura junto ao Equador, atuando como um aparelho de ar condicionado, caso a floresta não existisse a grande variação diária de temperatura poderia provocar deslocamentos intensos de vento o que mudaria o clima terrestre.
Diversidade e complexidade
Também não podemos esquecer que ela abriga um grande número de povos indígenas, sem falar em sua riqueza de matéria prima variada (remédio, minerais, alimentos, etc). Em uma análise por satélite da Amazônia, foram identificados 104 sistemas de paisagens, o que revela uma alta diversidade e complexidade de ecossistemas.
As árvores da Amazônia variam entre 40 e 300 espécies diferentes por hectare. Das 250.000 espécies de plantas superiores da terra, 170.000 (68%) vivem exclusivamente nos trópicos, sendo 90.000 na América do Sul.

33- Tratados Internacionais sobre o meio ambiente –
Em 1988, em Toronto, no Canadá, ocorreu a primeira reunião, entre governantes e cientistas, para tratar das mudanças do clima e foi criado o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) que passou a produzir relatórios periódicos (1990, 1995, 2001 e 2007).
No Brasil, aconteceu, em 1992, a ECO-92 ou RIO-92, que ficou conhecido como o encontro internacional com o maior número de chefes de Estado.
As discussões sobre o aquecimento global resultaram na assinatura da Convenção sobre Mudanças Climáticas Globais, por mais de 160 governos, e deram um impulso à criação de políticas de redução de emissão dos gases do efeito estufa, que provocam o aquecimento global - como o clorofluorcarbono(CFC),o dióxido de carbono (CO2), o ozônio (O3), o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O), juntamente com o vapor d' água (H2O).
A assinatura do protocolo
Em 1997, no Japão, foi assinado o Protocolo de Kyoto como desdobramento da referida Convenção e cria metas de redução de emissão dos gases do efeito estufa para os países desenvolvidos (países do anexo 1).
Esta meta inicial de emissões totais anuais, a ser atingida de 2008 a 2012, seria de 5%, em média, abaixo dos índices de 1990. Ele não introduz obrigações adicionais para países pobres.
Este Protocolo foi ratificado por mais de 55 países, que representam mais de 55% das emissões dos gases do efeito estufa, passando a vigorar em 16 de fevereiro de 2005.
Os EUA, no entanto, sendo os maiores emissores, se recusaram a assiná-lo.
As formas de redução da emissão de gases
Existem várias formas de se reduzir a emissão dos gases de aquecimento atmosférico.
Como exemplo, temos a substituição dos combustíveis fósseis por outras formas de energia menos poluentes, totalmente limpas ou renováveis.
É o caso da substituição das energias à base de carvão, petróleo e gás natural por energia solar, eólica, biomassa (álcool e biodiesel) etc.
Outras maneiras de redução são: o uso de processos produtivos que diminuam o consumo de combustível; o aproveitamento do gás metano (originado, principalmente, da decomposição de matéria orgânica), geralmente liberado por lixões diretamente no ambiente e que pode ser 50 vezes mais potente que o CO2 como potencializador do efeito estufa; os reflorestamentos, entre outros.

34 - Eleições no Irã - Fragilidade da democracia iraniana.
Um dos assuntos mais abordados pela mídia nos últimos dois meses diz respeito às eleições no Irã – país com 65,8 milhões de habitantes e o quinto maior exportador de petróleo do mundo.Tudo começou em 12 de junho com a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad, considerado radical por negar o holocausto, defender o fim do Estado judeu e por desafiar o Ocidente com um programa nuclear com fins militares.
Logo após o anúncio do resultado, os oposicionistas, liderados pelo candidato Mir-Hossein Mousavi, principal opositor do presidente reeleito, exigiram a anulação do pleito, por acreditarem em fraude na contagem dos votos. Mulheres, estudantes e a classe média reformista do país protestavam nas ruas da capital Teerã, que virou palco das maiores manifestações contra o governo nos últimos 30 anos.

35- O encontro do G-20
Confira um balanço dos assuntos debatidos entre os membros do G-20 e entenda como funciona a estrutura desta cúpula.
A crise econômica mundial foi o tema central das discussões do encontro do G-20, que neste ano foi cediado em Londres, capital do Reino Unido. Formada pelos líderes das potências industriais e países emergentes, a cúpula debateu saídas para conter a recessão e o protecionismo, impedir novas crises e criar estratégias para reestruturar o mercado global de finanças.
Os encontros do G-20 acontecem uma vez por ano e a presidência da cúpula é rotativa. Em 2010, será na Coreia do Sul. No ano passado, os representantes dos países membros se reuniram em São Paulo.
Criado em 1999, com o objetivo de encontrar soluções em conjunto para a economia mundial, o Grupo dos Vinte é formado por 19 países - África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia - mais a EU (União Europeia), representada pelo presidente do Conselho Europeu e pelo Banco Central Europeu. Juntos, os países que integram a cúpula representam 90% do PIB (produto interno bruto), 80% do comércio global e dois terços da população mundial.
Até 1997, existia o G-7, formado somente pelas sete nações mais desenvolvidas do planeta. Ainda neste período, a Rússia passou a integrar a cúpula, que deu origem ao G-8. Mas nos dois anos seguintes, viu-se a necessidade de incluir neste grupo os países emergentes, como Índia, Brasil e China, já que estes mercados em expansão também influenciavam a ordem econômica mundial.
Os protestos, como de costume, estiveram presentes durante o encontro deste ano. As principais reivindicações abordavam a questão do fim do capitalismo e leis mais severas para deter os problemas ambientais. Um dia antes do começo do fórum, ocorreram novas prisões e passeatas em diversos pontos do país, com a participação do G20 Meltdown (Derretimento do G20), um dos principais movimentos de oposição ao Grupo dos Vinte.
Para Lula, o resultado do encontro foi positivo. Os membros da cúpula decidiram criar um fundo de socorro à economia mundial de US$ 1,1 trilhão. O presidente também afirmou que um dos avanços acertados na reunião do G20, foi a retomada das negociações da Rodada Doha.
Inusitado mesmo foi o “Esse é o cara!”, “Eu adoro esse cara!” e “Esse é o político mais popular da Terra”, frases ditas por Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, ao se referir ao presidente do Brasil.